Conjuntivite

16 de novembro de 2012 24 comentários
Infelizmente, é super comum crianças apresentarem conjuntivites, e detalhe, acredito que por falta de informação, muitas mães não impedem o contato do filho com outras crianças. Eu, particularmente, já presenciei várias vezes esta situação. A última foi em uma livraria de um shopping, no sábado! Fiquei chocada com a situação e sem saber que atitude tomar! Eu peguei a Catarina e saímos da livraria, mas a minha consciência ficou super pesada... será que devia ter alertado? Enfim...
 
Vamos conhecer um pouquinho da Conjuntivite?!
 
Apresentação:
 
Conjuntivite é a inflamação da conjuntiva (membrana que envolve grande parte do globo ocular). Podemos dividir os quadros de conjuntivite em infecciosos (viral ou bacteriana) ou alérgicos. Essa divisão é a mais comum, abrange grande parte dos casos, porém, existem outras causas como as tóxicas* e casos de parto normal aonde a mãe apresenta gonorreia, por exemplo** (breve explicação no final do post).
 
Imagem daqui.
 
*Viral
 
É a causa mais comum e geralmente é auto limitante (resolve sozinha, sem nenhum tratamento, em 1 semana). Se a criança apresenta sintomas concomitantes de resfriado, a causa viral de conjuntivite é a mais provável.
 
Ocorre sensação de “areia” nos olhos e um lacrimejamento intenso.
 
“Noventa por cento dos casos de conjuntivite são causados por vírus, que se transforma em um processo inflamatório da conjuntiva – a membrana transparente que cobre o olho e libera uma secreção branca, aquosa”. Afirma Arnaldo Gesuele, oftalmologista do Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo.
 
“A conjuntivite que atualmente acomete uma parte significativa dos paulistas é causada por vírus. É chamada de ceratoconjuntivite adenoviral e é, entre as conjuntivites, a mais contagiosa”, completa Léo Carvalho, oftalmologista da Clínica de Olhos, em São Paulo.
 
*Bacteriana
 
Marcada por secreção e inchaço.
 
“Um percentual bem menor é causado pela conjuntivite bacteriana, que desencadeia um processo infeccioso. Nesse caso, a secreção é amarelada, como pus”, explica Arnaldo Gesuele.
 
*Alérgica
 
Presença de um inchaço marcante e muita coceira.
 
Frequente em pessoas com rinite, sinusite... pessoas que são predispostas a alergias. Esse tipo de conjuntivite não é contagiosa e geralmente acomete os dois olhos. É fundamental descobrir qual é o alérgeno, ou seja, o agente causador. Observa-se períodos de melhoras e reincidências.
 
Sintomas:
 
* Olhos vermelhos e lacrimejantes;
 
* Inchaço (edema) do olho ou pálpebra, devido ao acúmulo de líquido no local;
 
* Sensação de areia nos olhos;
 
* Incômodo causado pela luz;
 
* Em alguns casos, febre e dor de garganta.
 
Transmissão:
 
A transmissão ocorre por contato, do agente infeccioso com os olhos. Exemplo: quando a pessoa tem contato com alguém que está com o problema e logo depois esfrega as mãos nos olhos ou no rosto.
 
“Nas escolas e nos berçários, acontece à mesma coisa: a criança com conjuntivite coça o olho e pega um brinquedo, que depois vai para a boca do outro e assim por diante”, diz Arnaldo Gesuele.
 
“Surtos de conjuntivite são normais em determinadas épocas do ano, quando há muito calor, por exemplo. O que agrava é que o vírus sofreu mutações e está mais forte do que antigamente e o nosso organismo ainda não tem anticorpos para se proteger. Há alguns anos, a conjuntivite durava de 2 a 3 dias e hoje incomoda de 7 a 20 dias”, acrescenta Arnaldo Gesuele.
 
Obs: A conjuntivite alérgica não é contagiosa.
 
Tratamento:
 
A escolha do melhor tratamento depende da avaliação médica. Apesar de ser um quadro bastante incômodo, a conjuntivite geralmente não é grave.
 
No caso da conjuntivite viral, não há tratamento específico. Apenas algumas alternativas para evitar infecções secundárias e diminuir o desconforto do paciente.
 
O colírio antibiótico é receitado em casos bacterianos. O tratamento deve ser mantido até o termino da prescrição médica, evitando recidivas.
 
O tratamento para os quadros alérgicos envolve anti-histamínicos e compressas frias, que aliviam o desconforto.
 
Em reincidências, nunca usar um medicamento antigo. A chance desse produto não ser mais estéril e agravar o quadro existente é grande. Portanto, para cada caso, um frasco novo.
 
*Dicas para facilitar o tratamento:
 
Para manter a área limpa, passe uma gaze com água filtrada, água mineral ou soro fisiológico (uma gaze em cada olho, se os dois estiverem infectados, nunca a mesma gaze em um olho e depois no outro). Faça compressas mornas para aliviar o incômodo e facilitar a remoção das “casquinhas”.
 
Antigamente, recomendava-se o uso de água boricada. Hoje essa prática não é mais adotada devido ao risco de intoxicação pelo ácido bórico.
 
Para aplicar o colírio, peça para a criança deitar e fechar os olhos. Pingue o colírio no canto interno. Quando a criança abrir os olhos, o remédio vai escorrer para dentro. Uma alternativa mais prática aos colírios, são as pomadas oftalmológicas.
 
Sempre lavar bem as mãos antes e depois de cuidar dos olhos da criança!
 
Recomendações:
 
* Ter uma boa higiene das mãos;
 
* Evitar aglomerações ou frequentar piscinas de academias ou clubes e praias;
 
* Não coçar os olhos;
 
* Trocar as toalhas de rosto do banheiro com frequência ou adotar o uso de toalhas de papel;
 
* Trocar frequentemente as fronhas dos travesseiros;
 
* Não compartilhar o uso de esponjas, rímel, delineadores ou de qualquer outro produto de beleza;
 
* Durante a crise, evite banhos de sol.
 
...................................................................
Complemento:
 
*Conjuntivite Tóxica: Frequente em recém-nascidos que são submetidos aos colírios (Nitrato de Prata) usados na maternidade. O uso do Nitrato de Prata é recomendado para evitar infecções dos olhos, mas pode causar a inflamação da conjuntiva.
 
** Conjuntivite Gonocócia: Aparece em bebês de 3 a 7 dias, decorrente do contato com o “gonococo” durante o parto normal. É grave, com muita secreção purulenta (pus) e pode deixar sequelas na visão.
 
Imagem daqui.
...................................................................
Resumo:
 
...................................................................
 
 

24 comentários:

  • Genislene Borges disse...

    Oi Paula, parece que tá na época da conjuntivite!!
    JM, qdo ficava na creche, teve 3 e todas elas eu o levei na pedi que receitou um colírio.
    Eu sempre deixei ele quietinho em casa pra não contaminar outras pessoas tb... Um absurdo essas mães que saem com as cças por aí...
    Post super informativo, parabéns pela qualidade de sempre!
    Bjus, Genis
    mamaegenis.blogspot.com.br

  • Cristiane disse...

    Nossa o Bruno já teve mas quando notei um pouquinho só já levei a médica e no mesmo dia já estava de olhinhos limpos!!! Adoro o jeito que a Paula escreve, tão minuciosa!!!! Cris

  • Ivna Pinna disse...

    Eu nunca tive, mas o filhote já pegou uma bem levinha, só olhos vermelhos e lacrimejando. Deixei uma semana de molho em casa, sem ir pra escola. Acho uma baita sacanagem a mãe que manda os filhos dodois pra escola! (entendo que tem gente que não tem com quem deixar, mas não acho justo passar pra todo mundo né?)
    Usamos colírio e pomada. E perdi uns três quilos na época, só nas tentativas de pingar o colírio(dois em cada olhos!) no olho da criatura! hahaha

    Beijão

  • Paula Martinelli, a Mãe da Catarina. disse...

    Muito obrigada, Genis!
    Na minha opinião, é uma questão de respeito. Primeiro com todas as outras crianças, que não precisam entrar em contato com a conjuntivite. Segundo com o próprio filho, que precisa ficar quietinho, descansar... já é super incômodo, porque expor?
    Beijos,
    Paula Martinelli
    www.minhamaternidade.com

  • Anônimo disse...

    Paula! Informação super válida. Por aqui a conjuntivite pegou vários parentes, dos quais eu e Laura fugimos até eles sararem! Meu sobrinho pegou e foi difícil melhorar porque veio dupla: a bacteriana e a viral juntas. Dava dó ver o olhinho dele todo fechado de tanto inchaço. O que eu gostei demais também foi a dica de como pingar o colírio. Uma vez tive que pingar um colírio no olhinho de Laura por causa de uma coceirinha alérgica que estava no olhinho dela, mas vai dar trabalho desse tanto. Era quase uma operação de guerra onde o pai ajudava porque sozinha era impossível. E do jeito que o seu texto sugere eu vou experimentar porque parece bem mais simples. Adorei! Beijos!

  • Unknown disse...

    Obrigada por tantas informações!!!
    Aqui, Garotão nunca teve conjutivite... mas morro de medo!!!
    Eu tive muita, e uma vez tive uma episclerite, em uma membrana mais profunda que a conjuntiva... o tenso que era época de conjutivite, e aí, foi difícil o diagnóstico, não melhorava... foram 3 semanas de dor e vemelhidão...
    aff!!!
    Motivo? Baixa imunidade...
    Beijos e obrigada!!!

Postar um comentário

Quando você comenta, também participa do Mamães em Rede! Comente, participe, pergunte. Obrigada!

 

©Copyright 2012 - Todos os Direitos Reservados - Mamães em Rede | Design By Arte Design