Foto: Neide (mãe da jackie), Jackie ( escritora do post) e Amanda (prima da jackie e Madrinha do Davi) todas na adolescência. |
Uma das coisas que mais amei e
amo na postura da minha mãe é que ela nunca em nenhum momento se fazia de “Santa”
ou se colocou em um local distante de mim a fim de julgar minhas atitudes, e esquecer-se
das dela. Ela sempre foi muito clara e muito aberta comigo, me contou muitas
coisas onde ela achou que errou e muitas histórias divertidas da época da
adolescência, jamais tivemos choque de geração. Esse foi um dos motivos que me
levaram a não querer ser mãe com mais idade, lógico que ser mãe aos 18 como foi
a minha mãe não é o ideal, então sempre quis ser mãe aos 25, achava uma idade
ótima pra não ter o tal “ Na minha época ...” e assim foi, mas a idade não é realmente um fator decisivo. Também sempre achei
que os filhos dão mais trabalho e requerem mais disposição e atenção na
adolescência e não quando são bebês.
Mas por que eu to falando tudo
isso se o Davi só tem 2 anos, apesar de eu achar que ele já nasceu adolescente
de tanto que reclama de tudo, a questão é que convivo bastante com esse mundo
adolescente, a madrinha do meu filho, a Amanda, tem 16 anos e escolhi por que a
amo demais, é minha prima mas na verdade de coração é minha filha mais velha,
se tornou minha filha, minha amiga, minha confidente, minha comadre, minha irmã e além de tudo isso
é alguém jovem que em alguns momentos pode conseguir se aproximar mais da
geração do Davi do que eu.
E justamente por conviver demais
com a Amanda, eu vejo muito o mundo adulto como um mundo de chatos hipócritas,
o que eu não quero ser pro meu filho. Eu vejo algumas pessoas dizendo “Nossa
essa menina só dorme”, “Nossa tem visita em casa e ela tá no computador”, “Nossa
isso é hora de chegar?” “Nossa como reclamam de tudo!”, eles sentaram em um
altar bem alto e resolveram esquecer quem foram para dedicar seu tempo a
criticar os jovens. Falam das crianças, mas usam a desculpa de não se lembrarem
bem como eram quando crianças, mas já na adolescência não dá pra esquecer não
é?, são anos inesquecíveis.
Em minha opinião o adolescente é
igual em todas as gerações, só muda a tecnologia. Todos já adoraram dormir até
12h00, ainda mais se saíram na noite anterior, é mais interessante ficar no
computador com os amigos do que sentado em uma sala cheia de gente que você não
tem assunto, todos já chegaram depois do hr combinado nem que seja uma vez e
sabem que as baladas só enchem depois do horário que seus pais imaginam, se apaixonam
facilmente, quando terminam é o fim do universo e na semana seguinte já gostam
de outro, ser adolescente é viver intensamente muitas vidas em tão poucos anos.
Eu vivo defendendo o sono “eterno”
que Amanda tem, por que eu adoro dormir e respeito muito o sono alheio,
enquanto meus tios reclamam e ficam querendo acordar a menina, dizendo “chama
ela pra almoçar”, desculpa mas quando a pessoa tá com fome ela acorda, vai por
mim, ela quer dormir, sempre digo isso mas vejo o choque com que me olham e a
censura com que falam das atitudes como se fosse uma novidade. Também posso
dizer que compreendo muitas das atitudes rebeldes, não concordo mas compreendo,
e compreender faz parte do reconhecer quem você é, faz parte do amar.
É um choque sem fim que eu vejo
entre os mais velhos, não tão velhos, e os adolescentes e dou graças a Deus
todos os dias da minha mãe nunca ter sido assim. Eu tinha intimidade pra contar
as coisas, tinha compreensão e muita cumplicidade com a minha mãe e é isso que
quero ter com o Davi, assim como tenho com a Amanda, sempre que conversamos eu
saio da pose de Mulher/Mãe/Esposa e entro no universo dela, no universo que foi
meu um dia, pra entende-la e pra mostrar a ela que eu entendo, e quero que seja
assim com o Davi, que ele saiba que não fui perfeita, não nasci sabendo das
coisas, que eu já tive muitos sonhos, muitas decepções, já me senti a pior pessoa do mundo e a senhora da razão, já errei muito e aprendi com os meus erros, e compreenderei os dele.
A intenção do post de hoje é
essa, lembrar as pessoas que elas precisam fazer uma visita ás suas memórias e
ter mais paciência, compreensão e empatia do que julgamento.
E você o que pretende passar pro
seu filho? Você já foi adolescente?
Meu Blog: Mãe de Negócios
25 comentários:
Oi Jackie, muito legal esse post e me levou para o túnel do tempo...rsrs
Eu fui uma adolescente bem chatinha, cheia de fases e amores, vivi muitas coisas sozinha, cheia de segredos e não compartilhava com a família, só com os amigos. Há coisas secretas até hoje, que guardo só pra mim.
Tive a fase de não querer tomar banho, de pintar os cabelos, de chorar sem motivos, de me fingir ser outra pessoa, de ser fã fanática dos "New Kids on the block", de falar que ia em um lugar e ir pra outro e muitas outras coisas que prefiro não expor por aqui...rsrs
A sua pergunta é ótima, pois todos fomos adolescentes, isso é fato e precisamos entendê-los.
Bjus, Genis
Jackie. Eu fui uma adolescente muito tranquila. Passei por essa fase sem grandes sobressaltos. Contei muito com a amizade da minha mãe e nunca tive segredos para ela. Porém, não são todos que contam com o privilégio de ser apoiado pelos pais nesse momento de transformação para a vida adulta. Meu irmão mesmo sofre muita crítica por parte do meu pai sobre a questão do horário de dormir e acordar. Excelente reflexão a sua mensagem. Beijo!
Ihhh amiga apesar de tudo segredos todos temos hahauahu Era muito fácil conversar com a minha mãe, mas tem coisas que não dá, afinal é sua MÃE kkkkk Mas eu fui uma adolescente fácil até certo ponto, depois dei um pouco de trabalho quando chegou as fases das baladas, eu e a minha mãe passamos por diversas brigas apesar de tudo, quando eu entrei na fase de ser a Senhora da Razão, adolescente tem isso, a fase em que acha que os pais não sabem o que tão falando e por aí vai. mas minha mãe lidou bem com isso, conhecia todas as minhas amigas, estava sempre acordada quando eu chagava das baladas, fosse a hora que fosse. Ela tinha disposição kkkkkkkkkkk e foi muito bom esse acompanhamento de pertinho, eu nunca desviei do caminho, por que eu querendo ou não ela tava por lá, e quero ser assim com o Davi tbm.
Bjusssssssssssss
Pois é Rê não é fácil, adolescente parece que vive um pico entre a preguiça e a disposição que os adultos não acompanham, mas se tiverem o trabalho de recordar como eles eram fica mais fácil lidar com isso, é mais fácil de fazer os filhos se sentirem mais próximos, é difícil se identificar com um "Santo", mas com uma pessoa de carne e osso, cheia de defeitos e qualidades, fica muito mais fácil né.
bjkasssssssssss
*chegava
Olá, é, eu já fui adolescente e confesso que queria mudar algumas coisas do meu passado.
Sinto saudade de não ter aproveitado ao máximo a minha adolescencia, muitas vezes não ouvia meus Pais, não aproveitar para estudar... enfim, quero de alguma forma ajudar ao Vini a aproveitar bastante pois não volta mais este tempo bom.
Minha Mãe me prendia bastante em casa, e isso não evitou que eu fizesse as coisas escondidas.
Então quero ser sincera com meu filho para que ele possa aprender que ele pode tudo, agindo com cautela e honestidade.
Ótimo post.
Beijos
www.viniciusmamaequedisse.blogspot.com.br
Genis,
Agora sei quem o filho puxou...rsrsrsrsrs
tema maravilhoso de falar e de viver. tenho dois adolescentes e sei todas essas etapas. Até fiz uma postagem para o Participa Mãe onde eu relatei algumas coisinhas que valem a pena vcs mães de filhos pequenos dar uma olhadinha.
Adoro estar por aqui.
bju
Vc tem razão, a melhor forma de sermos tolerantes e pacientes, e qualquer relacionamento precisa disto, é usando de empatia.
Lembrar dos nossos pecados e falhas, nos torna mais próximos do outro. Dos nossos pequenos e não tão pequenos.
bjus
Que postagem bacana, nossa.. Revivi tudo que passei rs
Também tenho essa empatia.
Quando vou na casa de alguém que o adolescente só quer ficar no computador e mal dá bola pra visita (que em algumas vezes, a visita sou eu!) eu nem me importo, não acho falta de educação nem nada.. Eu mesma adoooorava ficar horas no computador. Só saía dele se fossem as minhas amigas e isso se a gente nao ficava lá na net, todo mundo junto! rs
A palavra que vc falou e que me pegou é essa: empatia!!!
Muuita verdade.
Eu não curtia ficar no meio de um monte de adulto que só falava de marido, trabalho, filhos e eu lá.. sem viver nada do q relatavam, só queria ficar ouvindo minhas músicas. rs
Beijos!
Ah, a minha adolescência... Quando olho para trás me vejo como uma tola, e como meus pais foram pacientes... As vezes não tinham paciência e nem me entendiam muito...
Mas tenho certeza de que vou tentar ser o melhor possível, principalmente lembrando da adolescente que fui!!
Adorei seu post!
Beijo
Belíssimo Texto!!! Lindo!
Jackie. Eu casei mais tarde. Tive minha Maria mais tarde tb. Mas creio que não haverá choque de gerações. Minha mãe também me teve com mais idade.
Já era uma época diferente.
Mas até hoje guardo com respeito e muito carinho, todas as histórias de "sua época" e hoje, gosto de falar com Maria ..."na minha época". quer dizer.., na minha infância.. Pois com a idade dela e a minha, já posso relembrar a infância ou adolescência dessa forma... E ela gosta de ouvir e pergunta: como era na sua época..rs
Meu pai sempre ficou mais em cima em questões de horário. Me lembro uma vez que eu cheguei de manhã cedo de um baile de carnaval. E ele brigou comigo na frente de um namorado (pelo que me lembro)... Mas uma briga mansa.. Falava e pronto..
Achava que tinha que dormir mais cedo..rs
A mãe uma mansidão até hoje. Tudo tava bom pra ela.. Nunca nos chateou com cobranças....
Os dois eram bem equilibrados. Até certa época na adolescência.. me levava ao clube e buscava... Era (e é) um pai preocupado..zeloso...
Mas nunca horrorizavam exageradamente.
Mas existem coisas que um adolescente nunca fala... E não ha necessidade...
Bom.. é isso..Talvez por serem "de outra época" não tivessem tanta abertura e entendimento com certas coisas...
Eu nunca fui rebelde... e eles souberam, de uma forma doce, passar por nossa adolescência com sabedoria e simplicidade..
Beijos grandes... Adorei tudo!
Oi Tê tão fico muito feliz em saber que eles levavam tudo tão bem. Quando me referi ao " Na minha época..." eu me referi á aquelas pessoas que sempre dizem " Na minha época você teria tomado uma surra!", 'Na minha época você ficaria de castigo", essas coisas. Como eu disse a idade não é um fator decisivo e sim a mente da pessoa em entender as mudanças de geração para geração. Apesar de eu ter sido mãe em uma idade razoável eu tenho certeza que pra muitos assuntos o Davi me achará ultrapassada ou vai me perguntar da minha época. Esses dias eu tenho dito que na minha época eu comprava 10 pães com R$1,00, e eu só tenho 27 anos imagina daqui a 15 anos!!!!!
Bjusssssssssssss e Obrigada mais uma vez pelo carinho.
Regiane a sinceridade é o melhor caminho para nos aproximar dos nossos filhos, assim eles saberão que você é capaz de entendê-los, por que muitas vezes eles acham que se a gente é tão perfeito, tão certinho, nunca seremos capazes de compreendê-los e na verdade ninguém é tão certinho e muito menos perfeito. bjussssssssssss
Toninha eu li seu post e realmente vale a pena, apesar dos nossos filhos serem pequenos, nunca é cedo demais para irmos construindo o tipo de pais que queremos ser, e quanto mais nos conscientizarmos mais fácil será quando chegar a hora.
bjus
É verdade se nós perdoarmos os erros dos outros como perdoamos os nossos tudo fica mais fácil de lidar. A empatia é necessária para qualquer relacionamento. Bjusssssss
Ahhh eu já me acostumei com esse jeito adolescente e também não me incomodo não, na verdade sempre sou eu que fico defendendo os meus primos perante meus tios. E como eu disse pra Iolanda a Empatia se faz necessária em todo tipo de relacionamento.
Bjussssssss
Deh eu também me sinto muito tola muitas vezes quando olho pra trás, ainda mais na fase "Senhora da Razão", sempre achava que eu tava certa, era muito intolerante, levava tudo a ferro e fogo, e o que me fez melhorar muito foi a maternidade, aprendi demais sendo mãe, principalmente a ouvir os outros.
Bjusssssssss
Ótimo texto!!! Também sou defensora dessa "causa"! Tenho duas adolescentes em casa e bato o pé numa coisa: é uma fase deliciosa!!! Tanto quanto a infância! Fiz até um blog falando no assunto, pois é coisa rara no mundo das mamães blogueiras!!! Quando puder e quiser ver, segue o endereço: http://www.maedeadole.blogspot.com.br
Um abraço,
Wendy
Me fez lembrar que essa fase não é fácil, né?
Adorei o post...
beijos
Ah, sim, já fui adolescente, ô fase, kkkkk.
Sabe que quando penso nesta época vejo como eu era "bobinha". lá em casa era assim: meu pai sempre dizia pede pra sua mãe, rs. Eles eram muito tranquilos, não posso reclamar. Tem coisas que fiz e que me arrependi depois por não ter escutado o conselho deles. Mas acontece né? Depois é que a gente vê.
Hoje as coisas mudaram muito e consequentemente as pessoas. Quando chegar a adolescência do Pititico com certeza lembrarei da minha pra saber o que ensiná-lo.
Adorei o texto.
Beijo!
Adorei o seu post! Fui uma adolescente muito intensa, vivi muitas coisas legais, cometi alguns erros mas fiz deles apredizados. Me identifiquei com vc pq adoro adolescentes, inclusive trabalho com eles na minha igreja. Eu sempre falo para os pais deles para se lembrarem de quem um dia foram adolescentes sonhadores, idealistas, cheios de preguiça...rs E que isso é uma fase e que passa, mas que todos nós devemos ter um pouco da adolescência dentro de nós para nos mantermos vivos! Minha cunhada de 16 anos tbém é a madrinha de consideração da minha filha...rs bjs Camila Vaz
Com certeza Maria também me achará ultrapassada... Acho que tudo é influência de colegas... Talvez se fosse só por eles, nos achariam as pessoas mais informadas e especiais do mundo..
Beijosssssssssss
Jackie,um excelente post e nos faz refletir sobre nossa maneira de ser com os filhos adolescentes,especialmente!Eu tive minha filha tarde mas nunca fui uma mãe velha,porque sempre me coloco no lugar dela antes de aconselhar!Bjs,
Jack, eu fui uma adolescente tranquila! Entendo o seu ponto de vista, mas discordo de algumas coisas, acho que devemos por limites, pois conheço muitos adolescentes que dorme o dia inteiro não ajuda a mãe em casa e só quer saber de ficar a madrugada inteira na internet ou ir para as baladas, acho que eles precisam de limites, ainda mais com a modernidade e tecnologia que dão asas para eles!!
Bjs
Gleysa
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