Mãe Passarinho

26 de novembro de 2013 10 comentários

Hoje trouxe uma reflexão para todas as mamães, pois vejo muitas situações na escola que são reflexos do que acontece em casa e acho essencial esse alerta!

O tempo vai passando e aquele bebezinho que antes não saía de perto da gente vai crescendo e ficando independente! Quem dera pudesse ficar com a filhota coladinha comigo pro resto da vida... Mas, sei que não é assim, que criamos os filhos para o mundo e etc e tal.

Só que essa passagem não é tão fácil. Até pouco tempo filhota dependia de mim pra tudo e agora já demonstra total independência, coisinhas pequenas, mas que já vão dando sinais que  ela não é minha e que não vou poder protegê-la de todas as coisas da vida!

Quando ela começou  a andar de bicicleta sem rodinhas, levantamos uma delas para que ela precisasse se equilibrar, eu a cada pedalada dava um grito achando que ela fosse cair! Bia ficava brava comigo... Então, meu marido me disse que eu precisava ser mais "mãe passarinho" e eu pedi que ele explicasse e depois eu concordei com ele! Ele disse que a mãe passarinho empurra o filhote para voar porque ela sabe que ele vai conseguir! Que era pra deixar a Bia ter confiança, que se eu ficasse gritando e me desesperando a cada "quase" tombo ela iria ficar com medo.

E ele estava certo, vou tentando fazer a minha parte, mostrando os caminhos que ela pode seguir e acreditando na educação que estamos dando à ela!

Claro que a criança precisa de um adulto por perto, alguém para frustrá-la, para dizer o NÃO, para mostrar que o mundo não gira ao redor dela! Não é fácil ser mãe. Quantas vezes vejo-a enfrentando situações que me partem o coração, mas que são necessárias para o seu crescimento emocional as decepções da vida. Coisas pequenas que a gente tem medo do filho sofrer!

Quando ela tinha uns 6 anos, fiz uma grande bobagem, quis poupá-la de um sofrimento e acabei mentindo pra ela: o peixinho dela morreu e eu não deixei que ela visse ele morto, dei logo um jeito de me livrar dele antes mesmo que ela acordasse! Quando ela deu falta do bichinho, inventei uma história bem a La Nemo (quando ele cai no vaso e volta para o mar) e ela fingiu que acreditou e contou a história pra todo mundo! Desnecessário..ela poderia muito bem ter passado pela primeira perda dela e eu poderia ter tido a oportunidade de tocar num assunto tão delicado como a morte!

Fiz isso achando que a estava poupando...mas na verdade acabei perdendo uma ótima oportunidade de prepará-la para vida!

É gente, mãe também erra! Erra tentando acertar sempre! Se pudesse voltar no tempo, não faria isso de novo!

Li um texto da Rosely Sayão em que ela diz que “é em nome do desejo adulto de eliminar esse tipo de sofrimento que as crianças fazem as mesmas atividades que os colegas em seus dias de lazer, ganham os mesmos jogos e todo tipo de traquitana tecnológica, frequentam os mesmos lugares, usam roupas e calçados parecidos (quando não são iguais) e vão a mil festas de aniversários, muitas vezes de crianças que nem são amigas próximas. Os pais também não querem, de maneira alguma, que seus filhos sofram por causa da escola. É por isso que vira e mexe eles vão falar com coordenadores, professores e diretores, reclamam de alguns profissionais, colocam os seus filhos em aulas particulares, fazem a lição de casa com eles --ou no lugar deles-- e estão sempre prontos para defender suas crianças e seus adolescentes de qualquer sanção que tenha sido aplicada pela escola.”

Sabemos que isso é extremamente prejudicial para as crianças!

Enquanto isso,vou tentando ser  "mãe passarinho", acompanhando meu filhote, cuidando dele e depois ensiná-lo a voar sozinho!

10 comentários:

  • Carol Meoli disse...

    Realmente não tem nada mais triste e dolorido para uma mãe do que deixar os filhos crescer e sair por aí para novas descobertas, longe das mães!!!
    Em breve viverei mais uma dessa, a minha princesa começará ano que vem na escolinha e meu coração vai ficar apertadinho, tenho certeza. Mas, é uma fase importante que não pode ser adiada!
    Exatamente Melissa, temos que ser assim, educar, ensinar as coisas e deixá-los voar livres, mas com responsabilidade!!!

    Bjs

  • chica disse...

    Quando os filhos nascem temos que saber que chegará o dia deles voarem com suas próprias asinhas; Pra tanto ensinamos, orientamos e damos exemplo.Linda reflexão aqui! beijos,chica

  • Bolhinhas de Sabão para Maria disse...

    Adorei o texto Melissa.. Sim..mães erram e muito, pais também e na maioria das vezes tentando acertar. Principalmente quando somos marinheiras de primeira viagem, é um erro após outro.

    Existem casos em que não tem como não proteger. Vejo muita liberdade para as crianças até pequenas. Mães andando na frente e crianças vindo atrás em ruas perigosas e movimentadas. Liberação pra festinhas longe em que as crianças ficam a mercê apenas de monitoras. Sinceramente em certas coisas eu não confio e sei que sempre tem um pra falar que deveríamos dar mais liberdade. Soltamos nossa pequena aos poucos, com bom senso e de acordo com sua maturidade que sei, é de responsabilidade nossa ajuda-la a crescer. . Sei que se algo acontecer com ela por displicência nossa ou pq ouvimos muito terceiros, a dor será nossa.. não dos outros.

    Adorei a passagem de Rosely Sayão. (depois gostaria de ver o texto completo) Tentamos sair o máximo possivel do trivial, para que ela seja mais autêntica e talvez até mais independente. Não gostamos do que é obrigatório como normal para todas as crianças e as vezes sei que temos olhares tortos. E dai? Acho que assim ela poderá ganhar mais maturidade e independência.

    Dói sim vê-los crescer. Sou nostálgica e o coração aperta por vê-la já independente em muitas coisas aos seus quase 7 anos. Mas isso é só o começo... e minha "mãe passarinho" terá que se aflorar fortemente...

    Beijos beijos

  • www.maesemfronteiras.com.br disse...

    Toda a mãe tem um pouco desse instinto de proteção. Mas aos poucos a gente vai aprendendo e moderando toda essa insegurança do novo, do proteger de tudo...
    Eu procuro ser justa, em qualquer situação.
    Porque se eu for injusta com alguém ou com alguma situação, meu filho vai aprender comigo que ele poderá fazer qualquer coisa, seja boa ou ruim, que eu sempre vou defende-lo...

    Gostei muito do texto.
    Beijos,
    Ju

  • Tili Oliveira disse...

    Eu tenho uma amiga que diz "não concordo com este negócio de que a gente cria filho pro mundo. Este filho é meu. O mundo se quiser, que faça o dele" hehehe. Brincadeiras a parte, acho que nós mães e pais, precisamos aprender a lidar com nossas próprias fragilidades e aceitar tb que, um pouco da super proteção a que expomos nossas crias, pode ter a ver com nossas próprias carências. E isso acho que é bem notório - rsrsrs. Vivemos num mundo de egocentricidades, onde se faz quase tudo, até amizade, de forma solitária, atrás de uma telinha qualquer. Crianças precisam interagir com outras e aprender a fazer suas próprias escolhas, mesmo que estas escolhas não sejam aquelas que nós achamos as melhores. Cabe a nós o papel de proporcionar que elas tenham acesso cuidadoso e responsável às ferramentas necessárias.

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