Hoje é o dia da nossa tão esperada blogagem coletiva, vou dividir com vocês um pouco da minha história e espero conhecer muitas histórias hoje.
Apesar do que muitos pensam o período
de licença maternidade ou o período em que as mães ficam mais reclusas nos
primeiros meses de seus bebês, não é nada como estar de folga, de férias ou
algo assim.
As mães que vão voltar a
trabalhar são as que mais sofrem com o preconceito, já que seus empregadores
costumam tratar do assunto como férias prolongadas. Mas as mamães que não
trabalhavam fora antes desse período também sofrem certos preconceitos da
sociedade como se estivessem em casa sem fazer nada enquanto seu lindo bebê
dorme. Será assim mesmo?!
Não, é claro que não. Me lembro
até hoje que eu dizia para a minha mãe que os primeiros meses do bebê deviam
ser uma loucura, afinal a mãe está tendo
que aprender tudo! E a minha mãe me respondeu que não, que no primeiro mês eles
dormem demais, quase o dia todo, que era até chato.
Mas a verdade é que não foi bem
assim. Os primeiros meses do Davi foram de um trabalho intenso. Já começou pelo
fato de eu não ter tido leite nos primeiros dias, então o Davi saiu se
contorcendo de tanto chorar do hospital e continuou assim (acho que até hoje).
Mas o fato era que ele quase não dormia e chorava demais, e mesmo quando o
leite desceu o Davi ainda chorava demais.
Ele tirava algumas sonecas
durante o dia, mas não eram maiores que 30-40min e nesse tempo eu corria para
lavar a louça, lavar as roupinhas dele á mão, deixar as coisas em ordem. Eu
tinha medo até de cozinhar por que ele acordava e chorava tanto que eu saia
correndo pra ver o que era, e eram as cólicas, ele tinha crises de cólicas
horríveis. Então era complicado deixar ele sozinho nesses momentos, muitas
vezes eu lavei roupa, cozinhei e lavei louça balançando o carrinho com os pés.
Ainda tinha que ferver água para
dar banho, separar as roupinhas, trocar fraldas, amamentar e tentar acalmá-lo a
cada crise de cólicas. Ele não dormia
bem durante o dia e durante a noite acordava a cada 1 – 2hrs para mamar e
sempre chorava muito. Eu fiquei praticamente um zumbi, ele estava sempre bem
vestido, limpo, bem alimentado, mas eu estava em frangalhos, passava o dia de
pijama, e sempre que conseguia um tempo eu corria para limpar as coisas e
deixar tudo que fosse do Davi impecável. Eu não arriscava cochilar por que
dormir apenas 30 min. com o cansaço que eu estava me dava fortes dores de
cabeça.
Dois momentos me marcaram bastante nessa época,
um deles foi o dia em que meu marido teve que me dar comida na boca (eu
detesto ser alimentada), mas não tive escolha, eu estava sem comer desde manhã, já era noite e o Davi simplesmente não largava meu peito, então meu marido se sentou e foi
dando comida pra mim. Outro momento foi
um dia em que depois de uma super crise de cólicas o Davi adormeceu nos meus
braços e eu comecei a ter enxaqueca, mas tinha tanto medo que ele acordasse que
fiquei segurando ele por um tempão até que ele acordasse, quando acordou eu
corri e tomei 2 dipironas que fizeram minha pressão baixar, eu tremia dos pés a
cabeça, troquei a fralda dele, coloquei e ele no berço e pedi pro pai dele
correr pra casa por que eu estava achando que ia desmaiar e já estava com
vômitos. Sentei e fiquei olhando ele no berço rezando pro pai dele chegar antes
que eu piorasse pra que ele não ficasse sozinho.
Como vocês perceberam os primeiros
meses não foram o SPA que as pessoas acham que é, foi uma época de extremo
trabalho, sim os sacrifícios valem a pena, todos eles, mas eles existem e não é
certo a mãe ser tratada como se não fizesse nada só pelo fato de estar em casa
com seu bebê. Eu tive muita compreensão do meu marido, mas não tive dos meus
patrões, a partir do momento em que voltei da Licença maternidade comecei a
sofrer Assédio moral na empresa, todos os dias a minha ex-patroa arrumava uma
desculpa para gritar comigo, não importava se o erro não era meu, a culpa era
minha. Cada vez que o Davi ficou internado era uma semana de estresse, gritaria
e humilhação no trabalho. Eu aguentei isso por 2 anos e espero, nem que seja aos
poucos, que as próximas mães não venham a passar por isso. Que cada dia mais
pessoas e empresas possam dar o devido respeito e compreensão com essa fase tão
trabalhosa e estressante. A vida toda da mãe muda e pior, não tem manual de
instruções, esse novo ser é responsabilidade completa dos pais e eles nem sabe
como fazer isso, ninguém sabe na verdade. Então o mínimo que se pode esperar é
respeito e consideração, porque “LICENÇA MATERNIDADE NÃO É FÉRIAS”.
BLOG: MÃE DE NEGÓCIOS
12 comentários:
Jacks nossa não sabia que você tinha sofrido assédio, é uma pena que nos dias hoje ainda tenha empresa e patrões que tenham esse comportamento.
Tri-beijos Desirée
Http://astrigemeasdemanaus.blogspot.com
Infelizmente ainda sofremos com a volta ao trabalho e a incerteza que vamos continuar ou não.
Bjks
www.makeviagem.blogspot.com.br
Bom dia Jackie.
Lindíssimo depoimento. Corajoso. A gente nem imagina que as pessoas passem tanta coisa...
Só de ver sofremos por aqui...
Não é fácil mesmo amamentar, por mais belo e prazeroso que seja. No meu texto digo o tempo todo que fui uma privilegiada, e fui. Não trabalhava, por isso não passei assédio.
Estive longe de parentes ou outras pessoas que pudessem interferir na minha amamentação e aprendizado com o bebê. Somente meu marido me ajudou nessa época e ajudou muito..
Como eramos sozinhos e longe de todos aprendemos tudo sozinhos tb, na marra..e foi MUITO BOM! Praticamente como sonhei.
Nem todos tem esse privilégio, ja´ouvimos vários relatos ao contrário.
Mas uma coisa a certa: a vontade de acertar, de querer ver o filho bem e o amor grande demais..
Parabéns pela blogagem Jackie.. Parabéns pelo depoimento emocionante.
Foi um lindo tema...Beijos
Jackie! Meus parabéns pela BC. Conforme eu digo no meu texto, não se é mãe tão facilmente. Beijo!
Jackie, estou participando!!
Meu link já está aí!
#tamojunto!!
Jackie, o tema da BC é fantástico! O que você passou no emprego acontece com muitas mães. No meu caso não passei por isso, pelo contrário eu precise ficar em um mês a mais porque o Pititico não queria pegar a mamadeira. E quando voltei a trabalhar ainda levava comigo.
Os primeiros meses são de adaptação pra nós e para os nossos filhos também, por isso não é fácil. Mas com o passar a gente fica craque no assunto não é mesmo?
Beijo!
Amigas mamães é mt difícil toda a adaptação e mudança deste período.
Jackie tudo o q vc viveu, vivemos todas, agora do seu trabalho q absurdo! Fiquei passada!
bjss
Jack,que bonito seu relato mostrando as dificuldades desse periodo.Muitas máes poderão compreender e se preparar melhor para os primeiros meses do bebê!Bjs,
Estou participando também, porque achei o tema muito adequado pro momento que estou vivendo. Adorei sua história, e realmente tem dias em que estamos tão exaustas que esquecemos até de comer, o que significa que não estamos mesmo de férias... ahh quem dera que tudo fosse fácil como muitos pensam.
Abração.
Suzy
http://oblogdasuzy.blogspot.com.br/2013/04/bclicenca-maternidade-nao-e-ferias.html
Nossa, como que pode depois de tudo ainda passar por assédio moral no trabalho??
Olha, admiro mesmo quem tem que trabalhar fora porque não é fácil, acho tão curto a licença, de verdade. E ainda ter que voltar pra labuta do dia a dia e ser humilhada simplesmente porque foi mãe e teve sua licença por direito?!
Força pra todas nós.
Adorei a foto, baby lindo!
Já participei também.
:)
Beijos!
Amiga vc é uma guerreira.
Experiências que vc vai carregar pra sempre e quantos aprendizados tirou disso tudo. Temos sempre que pensar no lado bom das coisas.
Adorei seu depoimento.
Também estou participando http://toninha-ferreira.blogspot.com.br/2013/04/bc-licenca-maternidade-nao-e-ferias.html
Bju
Oi Jackie, apoio essa BC, pois vivi na pele todo o trabalho que é os primeiros meses com o bebê.
Parabéns pela coragem de abordar este assunto.
Bju grande, Genis
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